domingo, 30 de outubro de 2011

Estrada Eterna



Cada pedaço desta estrada é sagrada
Cada curva, subidas e descidas, acostamentos, árvores e sombras
Tudo foi santificado por acontecimentos tristes e alegres
A própria estrada, que por onde se abre, agora novos lugares se achegam
nunca antes vistos quando por ali passou
O próprio asfalto, que amorosamente responde as nossas aceleradas
enriquecido com o sangue de nossos companheiros e irmãos
E o nosso coração está consciente da empatia do contato com a estrada
Até os que a pouco conhecem vão amar estar na solidão sombria e
ao cair da noite saudarão o estradeiro que d'ela regressa
E ao lado de fogueiras, escutar suas estórias
E quando, por fim o último estradeiro perecer
suas estórias serão contadas
e estaremos presentes em todas as estradas
E quando o filho de nossos filhos
se julgarem sozinhos a beira de uma estrada
Não estarão sós
Pela estrada, quando tudo estiver em silêncio e deserto
Estarão, sim, apinhadas de estradeiros
com suas motos e o ronco de seus motores
Que regressam
enchendo de alegria aqueles que amam a estrada

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